domingo, 10 de maio de 2009

Paquistão tem um milhão de refugiados por confrontos, diz ONU.

Paquistão tem 1 milhão de refugiados por confrontos, diz ONU

Quase 500 mil fugiram do noroeste nos últimos dias; outros 500 mil foram registrados deste agosto de 2008

Agências internacionais

 Criança dorme ao lado de galinha em tenda de um dos campos de refugiados da ONU

Criança dorme ao lado de galinha em tenda de um dos campos de refugiados da ONU

GENEBRA -  A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados afirmou nesta sexta-feira, 8, que mais 500 mil pessoas fugiram nos últimos dias da zona de combate no noroeste do Paquistão, elevando o número de deslocados no país nos últimos meses para 1 milhão.

 O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Ron Redmond, afirmou que cerca de 200 mil pessoas conseguiram chegar nas áreas de segurança nos últimos dias e outras 300 mil estão a caminho. Segundo o funcionário, esses números são somados aos cerca de 555 mil que fugiram da região desde agosto de 2008 e já estão registrados pela ONU. Na véspera, O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou para o risco de uma crise humana no Vale do Swat e disse estar preparando seu hospital em Peshawar para atender a até 100 feridos de guerra ao mesmo tempo.

 O governo paquistanês declarou hoje o fim do acordo de paz com o Taleban e ordenou uma ofensiva do Exército para retomar as posições do Taleban no Vale do Swat, perto da fronteira com o Afeganistão. A nova ofensiva das forças paquistanesas teve início na quarta-feira, enquanto o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, se reunia, em Washington, com seus colegas americano, Barack Obama, e afegão, Hamid Karzai. Há semanas os EUA vinham cobrando uma ação mais dura do governo paquistanês contra os insurgentes. Em resposta, Islamabad começou a enviar, desde o dia 26, reforço de tropas à região.

 

Os ataques desta semana - que contaram com o reforço de intensos bombardeios aéreos - foram concentrados nos distritos de Dir, Shangla e Buner, no Vale do Swat, onde o Taleban tenta expandir sua presença desde fevereiro, quando - após um acordo com o governo central - estabeleceu a lei islâmica (Sharia) nas áreas tribais.

 

Segundo o porta-voz militar Athar Abbas, o Exército paquistanês enfrenta cerca de quatro mil ou cinco mil insurgentes na operação recém iniciada no Vale de Swat. Os militares continuam a estratégia que procura a eliminação física dos líderes do Taleban, que conta com o apoio da Al-Qaeda e de fundamentalistas procedentes da região oriental paquistanês do Punjab, disse Abbas. "O povo viu sua verdadeira cara (dos taleban). Viu que seus objetivos vão muito além de implantar a Sharia. Por isso entraram em Dir e Buner", declarou Abbas.

Fonte: O Estado de São Paulo.

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