sexta-feira, 24 de outubro de 2008

ACNUR pede ajuda para reassentamento de refugiados Palestinos

A agência da ONU para refugiados (ACNUR) divulgou em Genebra, Suíça, um apelo urgente à comunidade internacional para o reassentamento de refugiados Palestinos. Muitos deles vivem há mais de dois anos em campos na fronteira Iraque-Síria e em Bagdá, e um pequeno grupo está em outro campo na Síria. O pedido foi feito na véspera da consulta informal bianual do ACNUR, que aconteceu no dia 15 de outubro com a participação de países de reassentamento.

Dos 34 mil Palestinos que viviam no Iraque em 2003, menos de 15 mil continuam no país – incluindo os 2,9 mil que vivem atualmente nos dois campos na fronteira Iraque-Síria. De acordo com o porta-voz do ACNUR, Ron Redomond, cerca de 358 famílias que estão em campos fronteiriços são consideradas extremamente vulneráveis. “Essas famílias possuem sérios problemas de saúde, necessitam de tratamento médico urgente ou têm medo de perseguição caso retornem e, portanto, estão em necessidade urgente de reassentamento”, afirmou Redmond.

A maioria dos refugiados Palestinos fugiu de Bagdá em 2003 devido a ameaças, tortura, detenção ou depois que amigos e familiares foram mortos. A estagnação das fontes de recursos financeiros tem empurrado as famílias de classe média para a pobreza e levado à necessidade de abrigo, comida, assistência médica e financeira.

O porta-voz do ACNUR afirma que os refugiados que estão nos campos são particularmente vulneráveis devido à sua não-admissão (campos Al Waleed e Al Tanf) ou admissão temporária (Al Hol) em território sírio. “Além disso, as condições de vida nos campos fronteiriços são extremamente difíceis e inseguras. Eles enfrentam temperaturas extremas e constantes tempestades de areia nos campos que ficam em regiões desérticas”, explica ele.

No campo de Al Waleed, a saúde dos refugiados continua se deteriorando, já que os serviços médicos são limitados. O posto de atendimento mais próximo fica há 400 quilômetros de distância e não possui ambulância. Todos os campos dependem inteiramente da assistência do ACNUR e de seus parceiros como o Comitê internacional da Cruz Vermelha, para os quais o acesso continua muito difícil.

Nos últimos anos, o ACNUR tem ativamente buscado soluções para esses refugiados, assim como reassentamento dentro ou fora da região. Entre 2006 e 2008, um total de 381 pessoas foram reassentadas, a maioria para países não-tradicionais de reassentamento como o Brasil e Chile. Grupos menores foram para Dinamarca, Países Baixos, Islândia, Nova Zelândia, Canadá e Suécia.

Contudo, tais iniciativas continuam sendo insuficientes e o ACNUR pede mais uma vez por ações urgentes dos países de reassentamento em todo o mundo. A agência da ONU para refugiados conduz duas consultas informais por ano com países de reassentamento e uma consulta anual entre países de reassentamento e organizações não-governamentais.

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