segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Conflitos no Congo deixam milhares de refugiados

Cerca de 200 mil pessoas foram obrigadas a se deslocar nos últimos dois meses por causa da retomada de conflitos na República Democrática do Congo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Anteriormente, a ONU havia divulgado dados que apontavam que o número de deslocados no país era a metade.

A situação é mais preocupante no leste do país, em Kivu, onde o Exército vem entrando em conflito com guerrilheiros leais ao general rebelde Laurent Nkunda, que luta pelo controle da região. Dados da ONU apontam que mais de 2 milhões de pessoas foram deslocadas na área de Kivu desde 2007.

Segundo as Nações Unidas, este número alto de deslocamentos significa que muitas pessoas estão sofrendo de desnutrição e algumas delas estão morrendo de fome.

"A capacidade do Programa Mundial de Alimentos da ONU e de outras organizações humanitárias está em seu limite e a situação no país está se deteriorando nas últimas semanas", diz Charles Vincent, do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas.

"Há também enormes necessidades para as mulheres que sofreram de abusos", afirmou Vincent, que explica que cerca de metade dos estupros na República Democrática do Congo acontecem na região de Kivu.

A ONU afirma que a população da região precisa de 33 mil toneladas de comida, o equivalente a US$ 46 milhões, até março de 2009.

As forças de paz da ONU não conseguiram interromper os conflitos no leste do país, onde a violência entre tropas rebeldes e governistas aumentou desde agosto.

Conflitos

Em janeiro deste ano, governo e rebeldes assinaram um tratado de paz, mas os guerrilheiros se rearmaram e retomaram os combates no meio deste ano. Desde então, o presidente Joseph Kabila se recusa a manter novas conversações com Nkunda, por considerá-lo um "terrorista".

Nkunda, por sua vez, recusa-se a desarmar suas tropas por afirmar que rebeldes hutus, de Ruanda, operam na região e ameaçam a comunidade tutsi. A ONU mantém 17 mil soldados na República Democrática do Congo.


Fonte: Folha Online

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